Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.
(Eduardo Galeano)
Via
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Enquanto isso, no 7 de setembro...
"(...) me pergunto se essas datas não poderiam ser, na verdade, um momento de reflexão sobre nós e como estendemos o direito à dignidade a todos que habitam este território. Ao invés de passarmos em revista nossas forças armadas – que ainda vivem sob a herança da ditadura, carregadas de pessoas cheias de pó que se mantém feito gárgulas a tudo observar e criticar, cantando loas a feitos inexistentes – poderíamos entender a razão de chamarmos indígenas de intrusos, sem-teto e sem-terra de criminosos, camponeses de entraves para o desenvolvimento e imigrantes bolivianos de vagabundos.
(...) Não amo meu país incondicionalmente. Mas gosto dele o suficiente para me dedicar a entendê-lo e ajudar a torná-lo um local minimante habitável para a grande maioria da população. Gente deixada de fora das festas principais, entregues ao pão e circo de desfiles com tanques velhos e motos de guerra remendadas. Mas que, quando voltam para casa, encaram a realidade da falta, da ausência, da dificuldade e da fome.
Qual a melhor demonstração de amor por um país? Vestir-se de verde e amarelo e se enrolar em uma bandeira? Ou ter a pachorra de apontar o dedo na ferida quando necessário?"
(Leonardo Sakamoto - na íntegra aqui)
"O Brasil foi 'inventado' de cima para baixo, autoritariamente. Precisamos reinventá-lo em outros termos."
- Paulo Freire
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