Francesc Escribano, biógrafo do bispo e diretor da produtora Minoria Absoluta, que prepara uma minissérie de TV sobre Casaldáliga, explicou que o religioso deixou sua casa a pedido da Polícia Federal.
As autoridades o levaram a um local desconhecido, onde conta com proteção policial, diante das ameaças de morte recebidas nos últimos dias por parte de colonos que ocupam ilegalmente as terras dos Xavantes. A Justiça está perto de decidir a favor dos índios na disputa por terra, o que vem aumentando a violência por parte dos ocupantes ilegais.
O Conselho Indigenista Missionário emitiu um comunicado em solidariedade com o bispo, no qual, junto com outras organizações locais, defende o compromisso do religioso com "a defesa dos interesses dos mais pobres e dos povos indígenas".
(...) Ligado à teologia da libertação, sofreu ameaças de morte e perseguições durante o regime militar e de latifundiários da diocese, que chegaram a matar um vigário confundido com ele.
Paulo VI, que o fez bispo em meio ao impulso reformador do Concílio Vaticano II, se viu obrigado a levantar a voz em Roma para deixar claro que Pere Casaldáliga era um dos seus. “Quem atingir Pere, atinge Paulo", disse, em frase memorável.
A ofensiva posterior de João Paulo II contra os teólogos da libertação, entre os quais o prelado catalão sempre foi uma referência, acabou mudando o panorama: Casaldáliga foi por décadas um estorvo para Roma, que o aposentou em 2005.
Leia na íntegra aqui.
E mais: Nota de solidariedade a D. Pedro Casaldáliga, que profetizou: "Eu morrerei de pé como as árvores". Se quiser saber mais sobre Pedro Casaldáliga, dê uma olhada nesta bela matéria do Outras Palavras.
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