22 de dez. de 2012

queremos todos secretamente que o mundo acabe?


Pena que o mundo não acabou. Seria tão mais simples: recomeçar do zero parece mais fácil do que transformar o que aí está. Ou não?

De artigo publicado originalmente na Scientific American, traduzido e republicado via Bule Voador (leia na íntegra aqui):

(...) Steven Schlozman, buscando tanto em sua experiência de psiquiatra infantil da Harvard Medical School quanto na de romancista (seu primeiro livro relata um apocalipse zumbi), acredita que é o cenário pós-apocalíptico o que mais fascinas as pessoas.

“Eu falo com as crianças que atendo e elas vêem isso como uma coisa boa. Elas dizem: 'a vida seria tão simples – eu atiraria em zumbis e não teria que ir à escola'", diz Schlozman. Tanto na literatura quanto na conversa com pacientes, Schlozman observou que as pessoas frequentemente romantizam o fim dos tempos. Elas se imaginam sobrevivendo, prosperando e voltando à natureza.

Schlozman recentemente teve uma experiência que assustadoramente ecoou a transmissão de 1938 de “Guerra dos Mundos” por Orson Welles. Ele estava discutindo sobre seu livro em um programa de rádio e tiveram que cortar o show, porque alguns ouvintes estavam entendendo sua ficção como fato. Ele acredita que a propensão ao pânico não foi constante na história e é na verdade reflexo dos nossos tempos. No mundo complicado de hoje, com terrorismo, guerras, abismos fiscais e mudanças climáticas, as pessoas estão predispostas ao pânico.

“Toda essa incerteza e todo esse medo se juntam e as pessoas começam a pensar que a vida seria melhor” depois de um desastre, Schlozman diz. É claro que, na verdade, a maioria de seus sonhos apocalípticos são só fantasias, que ignoram as dificuldades reais da vida pioneira sem nenhuma infra-estrutura. Ele destaca que, se há alguma coisa que histórias de apocalipse, particularmente envolvendo zumbis, deveriam idealmente ensinar a nós, seria algo sobre o mundo que deveríamos evitar – e como fazer mudanças necessárias agora mesmo para isso.

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